Meu carinho a todos os Pais, neste seu dia!
Um beijo especial ao meu querido Papai e ao meu sogro, meu segundo Papai.

Não tem nada a ver com a data mas, deixo um continho pra vocês, hoje. Mas, pensando bem, fica como minha homenagem aos meus (maravilhosos, amigos, eficientes, etc etc) médicos que também são Pais!

Exames

O coração batia-lhe em freqüentes e estranhas taquicardias. O mal estar tomava-lhe o corpo e a mente, deixando-a fatigada, apática, e com muito medo. Não queria morrer.


Lembrava-se ainda de tanto que sonhara e do pouco que tivera; e apesar de nublado, relâmpagos de desejos ainda rasgavam seu céu interior. Queria ânimo e motivos para amar de novo, para sentir a alegria da vida.


Este exame, última cartada do avanço da medicina, era cansativo, deixava-a apreensiva e louca pelo diagnóstico definitivo – apenas daí a quatro dias! A máquina poderosa explorava seu corpo, o líquido cintilante viajava por suas veias e artérias, era vista pelo avesso.


Alta noite, dias depois, quando o telefone tocou, a terna voz do médico trouxe-lhe o alívio de um resultado normal e encheu-lhe os canais auditivos de assombrosa suavidade. Sentia-os envolvidos em macia seda, que já lhe tomava todo o corpo em sensações desencontradas.
Feliz, sentiu-se bem, apesar de acelerado ribombar no peito (mas, sabia, agora que provinha do ouvido, pelo que escutara há pouco) e, quando pediu a ele para reler as páginas do laudo, o médico viu saltarem daquele coração ali gravado no papel, coloridas borboletas, levíssimas plumas e muitos, tantos dourados sonhos ! – positiva e doce reação daquela (im)paciente ao íntimo som de sua voz.
tânia diniz

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