Proibido
Tão forte o nosso amor que saí de ti fora de mim !Sentindo a alma nua, pela longa rua, me percebi fora do tom.E assustada, teus beijos ainda na boca, os escondi sob o batom.
Tão forte o nosso amor que saí de ti fora de mim !Sentindo a alma nua, pela longa rua, me percebi fora do tom.E assustada, teus beijos ainda na boca, os escondi sob o batom.
Um dia Ela observava o mundo e sentiu que faltava alguma coisa na criação. Então, resolveu modelar algumas novas formas e buscou a argila do rio. Fazia figuras semelhantes a Ela, com braços, pernas, seios. Divertia-Se. Mais tarde, resolveu fazer um jogo e dividiu-as em duas partes: uma permaneceu com a mesma forma, a outra […]
a pele negra brilhava, suado convite ao amor. Olhos firmes, seios altos, boca larga. Os anéis do cabelo em riste, orgulho da cor, semeados de contas. O púbis altivo, cheiro e sabor. Desejou-a tanto, na dança, que ao imaginá-la sua, fremente na lança, foi poderoso. E ela, longe, como enfeitiçada, sentiu-se trespassada por tanta paixão […]
Chateada, decidiu-se. Passou a construir uma nova beleza para si. Baseou-se na antiga e despreocupada juventude mas, trouxe sulcos de lágrimas e suavizadas renúncias. Para os novos dentes, queria fileira de alamandas douradas, mas suspeitou do risco de dizerem do seu sorriso amarelo. Desistiu. Melhor manacás. Os olhos de jade, lapisazulou como egípcia. O corpo […]
. . . – Giro sempre, e a cada volta me encontro nova e desconhecida mas, com leve sabor de algo talvez provado um dia. E pressinto formas e vejo novos caminhos mas, nem sempre sigo a estrada. Por quê? Descubro, ao fim, que o mundo é apenas um louco pião a girar em torno […]
Panos rasgados: mordidas intempestivas, beijos vorazes, ataques imprevistos ao ventre. A língua: escorregadia, espumante de desejos e incontroláveis convulsões. No quarto escuro: pela janela _ entra a lua cheia. Ele: flagrado _ em uivos, se perde na planície – aquela – cambaleia e cai no umbigo dela.
Abriu a porta e aninhou-a em seus braços. No silêncio da penumbra, deitou-a em almofadas e preparou-a para a viagem. Despindo-a entre beijos, deu-lhe a passagem. Agasalhou-a de carícias e desejos. Um gole de vinho. O coração em desalinho. Corcel de seu corpo em galope pelo céu, domou-lhe a fera, assanhou-lhe o anjo, ergueu castelo […]
Na esquina, sob o antigo lampião, ele vendia um tabuleiro de estrelas. Na janela, ela mordia sonhos desfeitos e lambia lábios e dedos. Singela. A velha lua, em serenatas, de sentinela.
A pipa amarela, laranja e azul, voava leve ao vento leste. Passeando sobre telhados, acompanhando pássaros, pousou delicada no poste e se enrolou nos fios cheios de sapatos e cordões, em altos e baixos. Ao toque da brisa, tornou-se a primeira nota daquela singular escala musical. Que dó!
Tão econômica quanto ele. Escreveu-lhe nas entrelinhas e ele leu-a em meias palavras. Bastaram-se. É HJ! Lançamento da Antologia ME 18, a partir das 19h, rua Aimorés, 388 salas 501/502. Esperamos vocês.