TÂNIA PAGANO
MAR DA NOITE A fenda crescente da lua minguante ancora uma estrela. Ao largo da noite um errante cometa singra o quadrante. No céu de água negra, preciso sextante, a mente navega. O pio da coruja é farol de tormento! Um amor flutuante.
MAR DA NOITE A fenda crescente da lua minguante ancora uma estrela. Ao largo da noite um errante cometa singra o quadrante. No céu de água negra, preciso sextante, a mente navega. O pio da coruja é farol de tormento! Um amor flutuante.
DO MEDO Esse tempo, hoje, esse tempo essa face claramente escura dos desejos esse espaço, este espaço transitado de metáforas se repete, se repete, se repete O medo narrativa sem descanso, sem descanso em remoinho em rumorejos em sobrevôo em sobre nadas O medo, o medo atravessa esse outro eu à lâmina, à punhalada esse […]
VIA LÁCTEA (haicais) bem-te-vi acorda a lua na aurora gaivota em vôo lírio imaculado enfeita o céu olho-me num lago ao meu lado a garça surpresa como eu madrugada pios de aves noturnas mantêm minha insônia o pássaro azul bebe água por ouro raios de sol
AGENDA Singro o tempo indivisível tento, em vão, nortear a viagem. Terça-feira: Pela manhã, mercado central. Vago entre ruídos… quase perco a saída. Aporto em banca de ungüentos… Sexta-feira: O chão encerado reflete a grafia incerta de meus passos. Divago com favos e abelhas. Às três horas dentista. Um alento: posso morder a maçã. Beiro, […]
SENTIMENTOS II Ah! bem posso imaginar, sua boca é um vulcão. Muitas vezes, quando quer, uma lareira aconchegante, que aquece o coração. Mas, quando mal se apercebe, vem o frio, arrepios, sua boca é um “iceberg”.
POEMA DAS TRÊS MULHERES Tão diferentes e, ao mesmo tempo, Tão semelhantes, essas três mulheres. . . A primeira é irmã da segunda Que é mãe da terceira Que é sobrinha da primeira. A tia, morena, de olhar profundo. A mãe, corada e inquieta. A sobrinha, porte de rainha, Voz de sereia. Aquelas, muito miúdas, […]
INVERNO E o frio caiu na alma… Arrepios, saudade, dor. Na penumbra do meu posto estática, observo a natureza. A brisa sopra frio em meu destino levantando a poeira do meu nada. Corta o coração, o sangue flui… Corre nas veias e se apodera da solitude que coordena as idéias. E o inverno chega. Bate […]
MULHER FOLHA E AMANTE FULIGEM Elemento de um só nó Dessa massa vertente da transitoriedade latente. Lida de levar a vida No compasso a passar Por caminhos só de ida. A paisagem não sabe dizer Se poesia é árvore ou fruto Mas ela está a brotar e crescer. Folhagem e fuligem O poema queima a […]
AMOR OCULTO Meu amor impetuoso queima e alivia dor, ilusão hidratada sobra de abraços e carinhos pedaços pequenos, minúsculos pontos desprezados. Meu amor esquecido acumula rugas no rosto pigmenta mãos trêmulas aumenta passos arrastados. Meu amor bastardo suicida amor próprio extravasa serotonina à toa por um único beijo. Meu amor positivo é tomada queimada pólos […]
Hoje continuo a compartilhar alguns dos mágicos momentos da nossa participação no Terças Poéticas. Bom final de semana, Ana Carol