Com muita tristeza, ao abrir meus e-mails na noite de domingo, me deparei com a notícia abaixo.
Alecinho, eu o chamava, sempre foi um grande incentivador do ME.
Minha homenagem com o belo poema do amigo Rogério Salgado!
Morre o jornalista mineiro Alécio Cunha
Lamentamos a morte do jornalista e camarada Alécio Cunha, 40 anos, ocorrida na noite do último sábado, 28 de novembro. Alécio tinha grande atuação no meio cultural de Belo Horizonte, em especial nas áreas de poesia e literatura.
Colunista do Hoje em Dia, realizou diversas matérias sobre livros, jornais e revistas produzidos em Belo Horizonte e que, sem essa preciosa ajuda, talvez não conseguissem divulgação em mídia impressa.
Também poeta, crítico e tradutor, teve participação em vários projetos, como o “Terças Poéticas”, o jornal “Dezfaces” e o jornal “A Parada”, dentre outros. Publicou também os livros Lírica caduca (Belo Horizonte: Editora Por Ora, 1999) e Mínima memória (Belo Horizonte: Editora Scriptum, 2007). Participou das antologias Cinema em palavras (1996), O achamento de Portugal (2005), Pelada poética (2006) e Terças poéticas (2006).
(jornal A Parada)
Alecinho deixou viúva, a jornalista Márcia Queirós, e um filhinho de 8 anos, João.
A eles, meu abraço fraterno.
Concerto para lá maior
(entre as nuvens)
Meus amigos estão todos indo embora
eu, por enquanto
vou ficando por aqui
com aquela sensação de vazio
preenchendo-me os poros
as artérias, a alma, os versos.
Revejo catedrais que outrora
pensei um dia, edificar
entanto, o tempo escorre pelas mãos
entra pelos ralos
sem que ao menos, possa segura-lo.
Alguns recitam versos lá
outros cantam entre nuvens
e cá, ficamos nós, desatando nós
nessa insegurança tão imperfeita.
Meus amigos estão todos indo embora
embora seja verdade, devo aceitar
aguardando que um dia
numa viagem menor
eu possa ver estrelas, constelações
e desvendar enfim, os mistérios dessa vida.
Rogério Salgado
Comentários