Minha homenagem ao escritor português José Saramago,
através da reprodução do texto da amiga Brenda:

“Por um instante a morte soltou-se a si mesma, expandindo-se até às paredes, encheu o quarto todo e alongou-se como um fluido até à sala contígua, aí uma parte de si deteve-se a olhar o caderno que estava aberto sobre uma cadeira, era a suite número seis opus mil e doze em ré maior de johann sebastian bach composta em cöthen e não precisou de ter aprendido música para saber que ela havia sido escrita, como a nona sinfonia de beethoven, na tonalidade da alegria, da unidade entre os homens, da amizade e do amor. Então aconteceu algo nunca visto, algo não imaginável, a morte deixou-se cair de joelhos, era toda ela, agora, um corpo refeito, e por isso é que tinha joelhos, e pernas, e pés, e braços, e mãos, e uma cara que entre as mãos escondia, e uns ombros que tremiam não se sabe porquê, chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua. Assim como estava, nem visível nem invisível, em esqueleto nem mulher, levantou-se do chão como um sopro e entrou no quarto…” José Saramago – As intermitências da morte (2005)

O escritor José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura pelo romance Memorial do Convento, encontrou-se com a morte nesta terça, 18 de junho. E desta vez, não foi possível driblá-la com as palavras. O próprio Saramago uma vez filosofou acerca da mortalidade humana ao dar uma entrevista sobre o livro As intermitências da morte, em São Paulo: “O ser humano alimentou sempre a esperança de conseguir a imortalidade, mas sem a Morte a Vida seria um caos”.


Infelizmente, não é fácil lidar com as perdas de quem admiramos. Conheci Saramago em 2000, durante uma coletiva de Imprensa para o lançamento do seu livro “A Caverna”. Espero ler as outras obras que ainda não li dele. Até agora só O Ensaio sobre a Cegueira e o Memorial do Convento, que me provocam imagens e reflexões até hoje…

por Brenda Marques Pena
Presidente do Instituto Imersão Latina (IMEL)
Publicado em http://brendamars.wordpress.com e http://imersaolatina.ning.com/

Outro fato triste foi também o falecimento do Presidente da Academia Mineira de Letras,
Murilo Badaró, dia 14/05/2010 .

Mas, um bom momento, o encontro com (o recém premiado com o prêmio Camões – Portugal),
                                                o poeta Ferreira Gullar,
enquanto nos emocionava apresentando seus poemas:

          
    e 
Gullar e eu,Tânia, enquanto falávamos, na mesa de autógrafos…
Agora, vocês se lembram do documentário que gravei recentemente?
uma foto da filmagem do documentário BELO HORIZONTE DE POESIA
o diretor Juacêni Abreu e eu, Tânia Diniz
e aqui, parte da equipe
    Juacêni, eu -Tânia- , Cloves, Rodrigo, Luana, Breno, Carla Mara.  
E conosco, as estátuas de Carlos Drummond e Pedro Nava.      

No mais, o aguardado resultado do 5 Concurso de Minicontos e Poesia ME sairá esta semana, aguardem!!!!

Comentários

  • Eliane Accioly
    Reply

    Inconfessavel

    Entro na chuva
    e me molho

    O pensamento esvazia

    Brinco com gaivotas

    Corro cegamente
    em direção à garça

    assustada com
    a maluca que pareço
    voa

    Rio de nada
    mais alguns parafusos
    se soltam

    transformados em ouriços
    cavalos marinhos
    estrelas do mar

    Lembro então, de Tania de Lis
    e de uma cena nossa
    no Metrô

  • Ana Carol Diniz Hassui
    Reply

    KKKK, Lili, não tem como esquecer como rimos e continuamos a rir daquele dia…e faz tanto tempo, né! rs. Adorei o poema.
    Beijão e saudades,
    Tânia

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