A Saga ME – Mulheres Emergentes – Parte 4. 5
Ano 8 No. 30 Jun.Jul.Ago.1997 Tiragem 1.000 exemplares
Desde menina a escrita me acompanha nos cadernos, nas folhas soltas, na
intimidade dos cômodos da casa. Lembro de Paul Auster ao citar a frase de Pascal:
“Infeliz é o homem incapaz de ficar sossegado no seu quarto”.
A solidão é necessária no desdobramento da escrita. Mas há a dobradiça, dobra
da porta que se abre para o mundo.
Foi num dia de águas claras, naquele ano em que uma chuva de letras escreveu o
céu, que as mulheres emergentes visitaram a minha casa. Ali, uma poeta de olhos
d’água entoou uma canção: É preciso espalhar a poesia pelo mundo. Com essa música
uma nova paisagem se desenhou e todas as janelas e portas da casa se abriram para dar
passagem às palavras.
No “Mulheres Emergentes” ganhei o meu primeiro concurso literário com o
conto “Chuva branca.” Foi como colocar os pés fora de casa e ainda trêmula dar os
primeiros passos. Hoje estou aqui para testemunhar e agradecer à Tânia Diniz pelo seu
trabalho dedicado à literatura. Ela me revelou que a poesia, que não tem a precisão de
quem navega, é vida e precisa ser semeada.
Obrigada, Tânia.
Flávia Drummond Naves
Editorial – Tânia Diniz -BH – MG
Ilustração – poemas visuais – Maria Luz Bermejo – Madrid – España
e Juan Orozco Ocaña – Sevilla – España
Ballerina – conto – Tânia Diniz – BH – MG
Aquarela – Patrícia Blower – Niterói – RJ
O teu desejo… – Roberto Uber – BH- MG
Verônicas – Cláudio Nunes de Morais
XI – Que o tempo não me tenha … – Teresinka Pereira – Ohio – USA
Flor de naranjo… Gabriela Rabago Palafox – México
De seda e sinuosa… -Roberto Saito – São Paulo – SP
Fome – Beth Brait Alvim
Fantasia – Ângela Abi-Sáber – Carmo da Mata – MG
Ânfora – Laura Amélia – Turiaçu – MA
No la que ves… – Susana Boéchat – Buenos Aires – Argentina
Lamentos – Lívia Petry – Porto Alegre – RS
De pêlo em plumas – Neusa Peres – Goiânia – GO
O náufrago – Sylvio Back – SC
Carmem – Antônio Moura
A homenagem do ME aos 159 anos do nascimento de Castro Alves, comemorados em 14 de março deste ano.
a estação mas nosso clima poético persiste. Agasalhe aqui seus sonhos. O
inverno é apenas véspera de primavera e hibernação de flores.
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