BALLERINE
Ainda trêmula pelo último frêmito, ela se acalma. A pele, em lento e decrescente calor, exaurida, se apaga. A alma, leve como pluma, envolve-se em nuvens de cetim. Volátil, flutua num sono feliz. Esquecendo-se, porém, de apagar seus desejos de mulher, ela desperta, iluminada pela luz do próprio olhar. Acesa na fogueira dos sentidos, descuidada, se vê em pleno leito festivo. Seu corpo, em delirante música, a convida, outra vez, a dançar. Entre suspiros e pirouettes, ela rodopia em sintonia. Fulgurante cai em seus braços, nua e alva. E num pas-de-deux fazem a festa pelos salões e corredores até se fundirem em melodiosa exclamação! Arrastados pelas torrentes da paixão, mergulham úmidos e sôfregos, no transparente Lago dos Cisnes.
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