02 Julho 2018 Segunda
Momentos complicados têm me levado a um certo saudosismo…
Daí, uma lembrança deliciosa de 28 de setembro de 2010, no Sinpro -MG :
Várias personalidades foram homenageadas e receberam placas comemorativas personalizadas, um barato!
Homenagem feita pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais por sua contribuição às lutas por direitos iguais e por um mundo mais justo, no evento em comemoração aos cem anos do dia 08 de março, dia Internacional da Mulher.
Entre elas, orgulhosamente, EU!!!!! oba!!!!
VENHAM COMIGO!
o convite do evento do Sindicato de Professores de MG, SINPRO-MG, com o lançamento da revista especial, anual, Elas por Elas, em homenagem aos cem anos do dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.
Apesar da chuva, uma festa maravilhosa, um coquetel excelente !
De mim, REPRODUZO A MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA:
O feminino em cartaz
por Denilson Cajazeiro
Mark Florest
Tânia Diniz, editora do jornal Mulheres Emergentes, divulga a literatura feminina.
A poeta e contista Tânia Diniz teve uma ideia
ousada no final dos anos 80. Depois de participar de
uma exposição de poemas num bar da Savassi, em
Belo Horizonte, em que, por acaso, só houve
participação feminina, decidiu criar um jornal com
poesias feitas por mulheres. Daí nasceu Mulheres
emergentes, em 1989, uma publicação trimestral
em formato de cartaz que enfatiza o feminino e o
sensual nas artes. Já são 21 anos dessa bem-sucedida
experiência poética que percorre o mundo.
“Vi essa exposição, com poemas muito mais
eróticos do que os meus, e disso nasceu a ideia de
fazer um jornal só de mulheres, que enfatizasse o
sensual. Fiz o número zero, experimental. Foi o maior
sucesso e a maior polêmica. A notícia foi parar no
Jornal do Brasil, e comecei a receber elogios e
poemas, montanhas de papel do país inteiro e do exterior
também”, conta Tânia Diniz, que também é
haicaista e já recebeu vários prêmios literários, entre
eles os de concursos realizados pelo Sindicato dos
Professores (Sinpro Minas), além de ter participado
de exposições na Alemanha, no Canadá, entre outros
países.
O nome do jornal, que a cada edição enfrenta
uma batalha financeira para ser publicado, veio do
livro A mulher emergente, da psicóloga Natalie Rogers,
que ela lera no final dos anos 80. “Percebi por
aquela leitura que todas nós, mulheres, fazemos o
tempo todo, a cada momento, uma emersão da
opressão masculina e uma colocação de si mesma,
exigindo respeito, reconhecimento. Naquela época,
esse assunto estava mais presente”.
Como muitos homens têm uma alma feminina
bem presente – o exemplo mais conhecido entre nós
é Chico Buarque de Holanda –, desde o número 1
Tânia reserva um pequeno espaço para a participação
deles. “Quando consigo, faço um jornal especial de
algum poeta, inclusive de homens. O Carlos Nejar
[poeta, ficcionista e membro da Academia Brasileira
de Letras] me pediu para eu fazer o dele, e eu fiz”,
revela.
Desde 2005, após enfrentar um câncer, Tânia
ampliou o espectro poético do Mulheres Emergentes
para além do sensual. “Espiritualizei-me mais depois
dessa fase da doença. Busco manter o clima que fez
o trabalho ser pioneiro, mas publico hoje
especialmente o belo, que é o que move as pessoas”,
afirma, após contar que amigos a ajudam no trabalho
de divulgação, distribuindo-o mundo afora, e que
o primeiro concurso do jornal, realizado três anos
após o número zero, foi feito em cinco línguas
(português, francês, espanhol, italiano e inglês) e
recebeu 1,6 mil inscrições do Brasil e de países da
Europa, Estados Unidos, América do Sul e África. “As
pessoas me ligavam, pedindo o regulamento. Meu
telefone não parava de tocar. Desciam kombis do
Correio aqui em casa com quilos de papel”, relata a
escritora.
Dias de inquietação
A relação dela com a literatura começou desde
jovem, mas a produção mesmo veio anos mais
tarde, em fins de 1987, depois de “alguns dias de inquietação”.
“Foi uma coisa louca. Não conseguia fazer
nada, deitava e não dormia. Até que um dia percebi
que minha cabeça estava cheia de palavras. Percebi
que possuíam algum valor e em uma semana escrevi
quilômetros de textos. Fui premiada no primeiro
concurso que participei, com um poema surrealista.
Ali descobri que era isso que fazia sentido em minha
vida. Não paro de fazê-lo porque não dou conta”,
afirma Tânia Diniz.
A estreia no circuito livreiro foi em 1988,
com uma obra de contos de realismo fantástico e
sensuais, O Mágico de nós, feita de forma independente.
“Quando Murilo Rubião leu, disse que
eram publicáveis. Achei isso um elogio, porque ele
era muito fechado. Então já fiquei feliz. Ele me perguntou
se eu havia participado de um concurso da
UFMG. Disse que sim, que havia enviado um
conto de realismo mágico. Aí ele falou: ‘ah, eu me
lembro, você foi a única que mandou dentro do
realismo mágico e não desagradou’. Outro elogio.
Depois ele fez muito mais por mim, me deu uma
carta de recomendação, dizendo que eu era um
jovem talento”, conta a escritora, hoje com mais de
dez livros publicados e participação em várias
antologias.
Atualmente, Tânia se dedica a administrar a
editora alternativa Mulheres Emergentes e a
alimentar o seu blog, também com o mesmo nome
do jornal (www.mulheresemergentes.blogspot.com),
além de ministrar oficinas de haicais e aulas
particulares de idiomas. Participa ainda de exposições
e saraus e realiza concursos internacionais
de poesias, ilustração, minicontos e lendas. Há
também o projeto de desengavetar um livro de
poemas, há tempos na fila de publicação. Tem se
enveredado, nos últimos anos, a fazer leituras públicas
de seus poemas e microcontos. Um dos seus
poemas, o Desamada, tem causado certo frisson entre
as mulheres, cujos versos dizem o seguinte:
Chega de romance, / amor agora só free-lance. Há
também um microconto com ibope elevado entre o
público feminino, conforme revela a própria poeta.
Chama-se Maria da Penha: Exultante, engoliu o
último sapo, ao molho pardo. Feito com sangue do
marido morto na cozinha. “Meu marido, quando leu,
falou: ‘você fez esse pra mim, não é?’”, conta Tânia
Diniz, em meio a risos de satisfação.
ELAS POR ELAS- setembro 2010 .
Eu, na 1a. foto, quando eram projetados os slides a respeito de cada homenageado:
Minha querida amiga Constância Duarte, também homenageada, e eu, ladeando a velha amiga, Jô Morais
Comentários
Humberto Napoleon Varela Robalino – Quito – Ecuador
TANIA DINIZ , TU OBRA ES VALIOSA Y DE GRAN REPERCUSIÓN. SALUDOS ENORMES NOBLE AMIGA.