A Saga ME   –    Mulheres Emergentes    –    Parte 5. 6 


Ano 10    No. 39    Set.Out .Nov.  1999         Tiragem  1.000 exemplares

                                                   CoMEmorando 


Mulheres Emergentes não nasceu hoje. Acompanho o trabalho do ME desde o início, e talvez seja por esse elo que eu tenha sido convidada a escrever sobre ele, e que eu esteja aqui-e-agora me desempenhando de tão agradável tarefa.
Impossível, porém, enfocar o meticuloso trabalho do ME, sem primeiramente falar de quem o criou com toda dedicação, garra, coragem, resistência e amor à literatura: sua mentora e editora Tânia Diniz. Escritora sensível, Tânia muitas vezes deixou de lado a própria carreira, para levar adiante seu projeto ideológico de  abertura de espaços, o que conseguiu não só através dos autores que publicou, como também pelo formato escolhido da publicação inicial – cartaz – , que possibilitou uma maior penetração em exposições, lugares públicos (praças, teatros, colégios), e, emoldurado como painel ou quadro, também em escritórios e salas- de-estar. Leia-se: em paredes nunca dantes navegadas pela poesia.
Logo após, acompanhando seu tempo histórico (1989) , Mulheres Emergentes, em época de abertura política, ampliou horizontes do mercado cultural, mantendo-se fiel aos seus alicerces, sem cair em construções mais fáceis : até hoje, mesmo com parcos recursos de patrocínios, e com todos os obstáculos encontrados pela frente, mantém sua integridade, retidão, e rota firme, tendo reconhecimento inclusive fora do país, através de seus quatro concursos internacionais.
Posso dizer, sem receio de errar pelo excesso, que Mulheres Emergentes alcançou um feito nacional raro: obter sucesso, sem descaracterizar sua feição originária e original.
Entretanto, o que me sensibiliza e me toca ainda mais profundamente, é o ME orgulhar-se de ser uma Editora Alternativa (exibindo à quase totalidade de editoras de médio porte, que, exclusivamente comerciais, valorizam muito mais o lucro do que a literatura que veiculam. “Alternativas”, para quem as vivencia conscientemente, significa solidariedade, raça, interatividade, criatividade e uma postura diferente da usual, de querer levar vantagem sempre, em tudo.”
Por tantas e todas essas diferenças, Mulheres Emergentes se distingue, se sobressai no panorama cultural do país nesses dezoito anos de atividades, oferecendo a doçura de seus belos frutos e abrigo de sua frondosa copa à Árvore do Saber.


                                                Leila Míccolis 
                                               in Antologia ME 18 – 2007 
                 Escritora de livros, tv, teatro e cinema, e co-editora de Blocos Online. Rio de Janeiro – RJ





Editorial – Tânia Diniz – BH _ MG 
Ilustração – Fernando Botero – Medellín – Colombia 

Indomável – Ana Maria Rezende – Santo Hilário – MG
Amou-me como um deus … – Tânia  Diniz – BH – MG 
O céu do poema – Cristina Guedes – João Pessoa – PB
Nuvem  – Linaldo Guedes – J.Pessoa – PB 
Amiga – para tânia diniz -Maria do Carmo Ferreira – mineira radicada no RJ
Narciso e o lago – Ines Figueiredo – Fortaleza – CE
Sexta-feira – Djanira Pio – São Paulo –  SP 
Só queira saber do que urde … – Flávio Boaventura – BH – MG 
Mas acaso /a quem aninha… – Luiz Roberto Guedes – São Paulo – SP 
Perfumei minha alcova… -Pierre Louÿs  (1870-1925)  – Gante – Bélgica 
( II) A mão em concha … – Helena Armond – São Paulo – SP
Metodologia – Fábio Albuquerque – J. Pessoa – PB
Trânsfugas – Vitória Lima –  J. Pessoa – PB 
Taj-Mahal – Augusta Faro – Goiânia – GO 
Vadiagem – Graça Graúna – Recife – PE 
Pela janela aberta – Marina Colasanti – Rio de Janeiro – RJ

Editorial

“… Enfim em minhas mãos o Mulheres Emergentes. Não cuidava tanta leveza; tamanho assombro de almas. … Parabéns por tudo. Dez anos não são dez-alentos. Alentos são. Eternos segundos. Acalantos. Dez anos; Milênios são.São ângulos, arestas, vértices que se curvam sobre as curvas dos versos que e a exatidão do tempo; que driblam o relógio dos céus e permanecem novos, sob ventos ancestrais. Virão novas brisas e outras novas brisas virão.Nessas brisas antigo novos versos estarão guardados. Eternos versos remoçando antigos diários, enfeitiçando sonhos inertes nos cantos dos quartos de invulneráveis almas. …
São belos, belos, ímpares, leves e belos. Minto: inenarráveis. …”
                                           (Trecho de recente carta enviada à editora pelo poeta Rinaldo Azevedo Brandão – Nova Serrana -MG) 
Ideais fortalecidos. Primeira década vencida! Felicidade e flores no ar!

                                                                                       a editora

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