A Saga ME – Mulheres Emergentes – Parte 2. 5
Ano 4 No. 13 Mar. Abr. Mai. 1993 1.000 exemplares
o Brasil, surgiu um movimento de poesia e publicações alternativas que remam à
revelia das correntes convencionais. Mulheres Emergentes é um marco desse
movimento contra a maré. Em sua versão impressa, e agora também em blog , 25
anos de glórias. Uma janela para as mulheres escritoras, que chegam ao século
XXI com a corda toda!
projeto do mural poético “Mulheres Emergentes”
idealizado por Tânia Diniz
bem no comecinho, no ano de 1989. Ela lá em Minas Gerais, onde há ferro nas almas e
nas montanhas e eu em Campo Grande, perto do Pantanal, onde se escondem
onças e voam araras azuis. Lembro-me com carinho do primeiro cartaz que chegou pelo
correio: de um rosa sulferino, o busto de uma mulher ao canto, cheia de personalidade,
alteando a cabeça e os cabelos.
com todas aquelas poetisas/poetas, pois só o signo “poeta” tem força
para nomear essa missão de revelar a essência através da palavra. Vozes femininas de
poetas que cantavam a solidão, o silêncio, o encantamento de viver.
os versos que me uniam em solidariedade às minhas irmãs de fé e ofício. Pensei:
quero uma poesia humana, voltada para a mulher humilde, que luta com a
água e o fogo. Para a mulher impetuosa que deseja amar e ser amada. Para a mulher
trabalhadora, guerreira, disposta a crescer, a amadurecer, a penetrar no cerne do
mundo, despida de sentimentalismo, mas plena de sentimento. Quero ser escrava,
servir o outro com dedicação e, ao mesmo tempo, ser livre, confiante, segura de meus
experimentos, artifícios e artefatos.
quanta paixão!,. vieram concursos, antologias, exposições. A dinâmica
Tânia Diniz espalhando magia, delicadeza de haicais, demonstrando a força de quem
mantém a esperança em momentos improváveis, empunhando a lança das heroínas nos
campos de batalha. Tanto tempo
passou. Escrevemos livros, trocamos cartas, mensagens em garrafas no
mar virtual, fiamos textos, tivemos filhos e netos, sangramos gerações, afastamo-nos
um pouco, viajamos de navio e aeronaves, sobrevoamos abismos,
cortes na pele, curamos cicatrizes, mudamos de cidade (estou agora em São Paulo,
passando rasante pelos túneis como um morcego). Somos mulheres que sufocaram,
superaram e emergiram inúmeras vezes de águas furta-cores. O importante
é estarmos partilhando juntas estas lembranças, celebrando
de vinte e cinco anos de um espaço do qual nos orgulhamos, de um sonho que
persistiu na maturidade, de uma história da qual fomos todas protagonistas.
Vejo uma chama,
uma luz lilás e espiritual envolvendo a expressão “Mulheres Emergentes”.
Sul, no dia 23 de setembro de 1957. Formada em Direito e em Letras. Mestre
em Comunicação e Letras pela Mackenzie/SP. Escreveu vários livros de poemas,
ensaios, romance e infanto-juvenis. Vive em São Paulo.
Editorial – Tania Diniz – BH- MG
Ilustração – Lor – médico e cartunista – BH -MG
Axioma – Margareth Atwood – Canadá trad. de M.C. Ferreira – RJ
Peso e leveza – Fátima Portilho – RJ -RJ
Fruto proibido – Dalva Chitarra – Goiânia – GO
…morre-me a boca, presa de tonteira… – Gilka Machado (1893-1978)
Mitos – Tânia Diniz – BH- MG
Il grano- Vera Lúcia de Oliveira Maccherani – SP – mora em Perugia – Itália
Lição de português – Patricia Blower – Niterói – RJ
Tu com aquelas rosa…- Dionisio Sofista trad. Gilmar Crestani – Porto Alegre – RS
Vagabundo – Carmem Moreno – RJ – RJ
Como não me apropriar… Jorge Lúcio de Campos – Niterói – RJ
com todos os meus lábios … – Ane Walsh – Cambuquira – MG
Presença – Sandro Starling – BH – MG
Vagalume – Sueli A.V. de F. Ino – SP – SP
Línguas eróticas – Ruth Grheiszttayn – Brasília – DF
Sensaciones – Nelson Diaz – Montevideo – Uruguay
Pequenos poemas de muito amor – Affonso Romano de Sant`Anna – RJ – RJ
Editorial
“O grau de civilização de uma sociedade se mede pelo grau de liberdade da mulher.”
Charles Fourrier (1772-1837) – pensador francês
Neste número a homenagem a todas as mulheres, emergentes a cada dia, sempre em novas conquistas de si mesmas, de seus direitos, seus espaços e seu prazer.
A elas, o nosso canto.
a editora
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