A Saga ME – Mulheres Emergentes – PARTE 2 – 1.
ANO 3 No. 9 Mar. Abr. Mai. 1992 1.000 exemplares
Ao iniciar o novo ano, achei melhor modificar a numeração, para facilitar o acompanhamento. Ao invés de números de 1 a 4 por ano, calculei e dei sequência à numeraçao das edições, daí agora temos o número 9, do ano 3… lindo!!! rs. Fazendo ” previsões” poéticas para o ano novo.
MULHERES EMERGENTES: 25 ANOS DESDOBRÁVEIS
Fernando Fiorese
O ano de 1989 não foi dos mais fáceis. Nem dos mais breves.
No plano pessoal, iniciava a minha carreira no magistério junto à Universidade Federal de Juiz de Fora. No plano político, embora a primeira eleição presidencial desde 1960 nos tenha aliviado da ressaca do adiamento das Diretas Já em 1984, amargamos a vitória de Fernando Collor.
Em 1989, vivíamos em estado de emergência – nos muitos sentidos desta palavra.
Emergência da democracia após 25 anos de lutas contra a ditadura militar. Emergência da participação popular no sentido de traçar novos rumos para a vida nacional. Emergência de antigas e inéditas demandas, reprimidas pelo longo período de exceção. Emergência de novas vozes líricas, todas acionadas pela emergência de acolher e publicar o que fora silenciado no decorrer dos “negros verdes anos” (Cacaso, Beijo na boca, 1975) de duas ou três gerações.
Na emergência de tantas e tamanhas emergências, o mural poético Mulheres Emergentes colocava em pauta a questão do feminino. A partir de Belo Horizonte, mas reunindo textos de autoras e autores das mais variadas latitudes do globo, a idealizadora e editora do Mulheres Emergentes, Tânia Diniz, acabou por construir um painel histórico acerca da crise dos valores patriarcais e da luta das mulheres pela afirmação de suas diferenças e singularidades.
Trata-se de um mural das nossas perplexidades e incertezas, das nossas dores e alegrias, dos nossos malogros e embates na construção de uma sociedade plural, dinâmica e dialógica nos estertores do férreo e feérico século XX. Os estudiosos desta temática têm nas muitas edições do Mulheres Emergentes material imprescindível à análise das múltiplas figurações escriturais do feminino nas últimas décadas.
Como todos nós, não foi sem tribulações que Mulheres Emergentes e a poeta e contista Tânia Diniz atravessaram esses 25 anos. Ao contrário de nós homens, amaldiçoados com a condição de coxos na vida, publicação e editora-fundadora souberam cumprir a sina propugnada por Adélia Prado: “Mulher é desdobrável” (Bagagem, 1975). E desdobram-se ambas, com vigor e beleza, na afirmação do feminino plural…
Fernando Fiorese – Juiz de Fora, MG. Professor, escritor.
Querida Tania Diniz, minha amiga!
MULHERES EMERGENTES deixou marcas de batom, alegria, paixão, amizade, carinho, dias difíceis, sofrimentos, realizações, procuras, encontros e desencontros. Deixou a marca do amor, da família, das paixões, dos filhos e dos frutos mais doces que uma árvore pode produzir. O resultado está aí! A maturidade de quem venceu na vida, apesar das dificuldades. Um lindo sonho que se realizou e está sempre de coração aberto para os tristes e desamparados. MULHERES EMERGENTES nos ensinou a acreditar na vida, que nada mais é do que uma bela POESIA.
Beijos e parabéns!!!
Paulinho Pedra Azul – Pedra Azul, reside em BH – MG cantor, compositor, poeta
Editorial – tania diniz
Ilustração – Jussara Rocha – BH
(Desenho da moeda de Machu Pichu, Peru, com os signos zodiacais de lá e os nossos , correspondentes )
Conquista – Elza Beatriz – BH-MG
Toura – Haroldo de Campos – SP-SP
Entre – Idea Vilariño – Montevideo- Uruguay
Delírio – Rita Espechit – BH- MG
Via Láctea – Alzira Umbelino – Sabará – MG
Mulher dormindo – Fernando Fábio Fiorese Furtado – Juiz de Fora – MG
Eda – Paulinho Pedra Azul – BH – MG
Nova Europa – Raquel Naveira – Campo Grande – MS
De púrpura, seu mergulho … Yeda Prates Bernis – BH – MG
Eclipse – Angeles Dalúa – Zamora – España
Busca – Ma. Aparecida Reis Araújo – Juiz de Fora – MG
Mata virgem… – Tânia Diniz – BH – MG
Peixes mudam de cor… – Mário Pirata – Porto Alegre – RS
Hoje sem razão… Maria Dinorah – Porto Alegre – RS
A mulher-leão – Heloísa Severiano Ribeiro – Rio de Janeiro – RJ
Nesses dias azuis, propícios… Ma. Mazzarello Nascimento Pena – BH- MG
Estudo para as tuas pernas – Leila Míccolis – RJ- RJ
Editorial
Em tempos de crise, o homem se volta para os deuses, busca os astros,
quer encontrar oráculos. Para o poeta, a magia da poesia o livra do caos
e o remete ao amor, mesmo em tempos do cóllera.
Ouvir estrelas é preciso.
a editora
Bjocas!
tânia
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