Abriu a porta e aninhou-a em seus braços. No silêncio da penumbra, deitou-a em almofadas e preparou-a para a viagem. Despindo-a entre beijos, deu-lhe a passagem. Agasalhou-a de carícias e desejos. Um gole de vinho. O coração em desalinho. Corcel de seu corpo em galope pelo céu, domou-lhe a fera, assanhou-lhe o anjo, ergueu castelo e quimera, ao som de banjos. E enfim, plantou-lhe no ventre, copiosamente, em líquido fogo, sua semente. Deu-lhe sentido à vida, inda que sem dores, entre gemidos. E voltaram à terra, novamente. Nuvem de água mansa, na bonança.
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